Escrevo este post para homenagear um
amigo, não é um amigo no sentido clássico da palavra (aquele por quem temos e de quem recebemos
muito afeto e consideração, com quem compartilhamos momentos especiais das nossas vidas...), não, ele pertence a outra categoria: é o tipo de amigo que
associamos à lembrança de certos eventos das nossas vidas, situações marcantes ou banais
até, não importa: ele está lá, se não no miolo dessas histórias, muito perto, “colado” a elas.
Falo de algumas tardes solitárias de verão, e falo também de recordações de um período muito intenso da vida, quando tudo (e nada) era premente, arrebatador e definitivo; falo de algumas memórias afetivas que repasso até hoje.
Ao saber da sua morte repentina aos cinquenta e poucos anos, fiquei perplexo
no início, depois levemente nostálgico e, por fim, misturando-se a isso,
sobreveio um sentimento difuso de perda. Essa mistura de sensações, ainda sinto suave
e indelével, toda vez que, remoendo aquelas cenas da vida, lá o encontro. Sinto também serenidade, pois se há vestígios de tristeza, não há de remorso ou rancor; fica apenas uma lembrança agradável e perene na memória.
No final, é o que conta.
Quero poder, um dia, ser
lembrado assim também!
À memória de H.R.R.