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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Os Grandes Exploradores II

Além do Capitão Frederick Selous, outros tantos da mesma estirpe ajudaram a construir, pelos quatro cantos do mundo, a história do Império Britânico -a história do colonialismo, da aculturação e da exploração econômica. Bom, essa é uma “outra história”, parte fundamental, substrato, “daquelas histórias”, claro, mas não vou contá-la aqui.
O que eu estou contando aqui tem a ver com inquietação, paixão e obsessão como é o caso de Richard F. Burton (1821-1890). Muito ousado, Burton aventurou-se em meados do século XIX, disfarçado de afegão muçulmano -na época, sob o risco de vida- numa peregrinação a Meca (Arábia Saudita) e, pouco tempo depois, em uma vigem à cidade proibida (para não muçulmanos) de Harar (Etiópia). Essas explorações foram relatadas entre 1855 e 1856 em Pilgrimage to El-Medinah and Mecca” e “First Footsteps in East Africa”, respectivamente. Em 1857, planejou e realizou, juntamente com John H. Speke, mais uma grande façanha: a busca da nascente do rio Nilo, aventura que foi retratada também no cinema pelo filme “Montanhas da Lua, 1990”. O brilhante Sir Richard Francis Burton tinha profundo conhecimento das etnias e costumes da Ásia, África e Oriente. Segundo a Encyclopedia Britannica, aprendeu 25 idiomas, publicou 43 volumes sobre suas explorações e quase 30 de traduções incluindo uma, excepcional e sem expurgos, de “As Noites Árabes”, “Mil e uma Noites” como é mais conhecida. Foi, aliás, o autor da primeira tradução para o ocidente do “Kama Sutra”.
Há tantas outras figuras fascinantes: Sir Ernest Henry Schackleton (1874-1922), explorador do qual já falei no post  “A Maior Aventura de Todos os Tempos” ; Lt. Col. John Henry Patterson (1867-1947), o grande caçador dos “leões comedores de homens de Tsavo”; Col. Percy Harrison Fawcett (1867-1925), explorador e arqueólogo (segundo alguns, o verdadeiro Indiana Jones) que desapareceu misteriosamente durante uma expedição no Mato Grosso em 1925 e muitas outras, inclusive contemporâneas. Talvez fale sobre mais algumas em outros posts.
Enfim, sob a chancela e o financiamento de instituições como o Exército Britânico, a Royal Geographic Society, ou de empresas como a English East India Company e a British South Africa Company, estes homens atuavam na vanguarda expansionista: mapeavam regiões, analisavam suas potencialidades econômicas e os recursos naturais existentes,  estudavam os costumes e identificavam as vulnerabilidades. Na minha opinião, eram homens obstinados e diligentes que, aproveitando-se dos recursos e da influência do Império, colocavam em prática as próprias empresas em busca de fama ou simplesmente pelo fascínio por certos desafios. Eram, na essência, grandes aventureiros.