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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Os Grandes Exploradores

Na minha primeira, e única, visita ao Natural HistoryMuseum de Londres, após perambular pelo hall central durante algum tempo, distraidamente, fui subindo a escadaria que fica à esquerda da grande estátua de Darwin sentado numa poltrona, pensativo, e dá acesso ao primeiro andar do museu. No topo da escadaria, na parede que a acompanha à direita, está o memorial dedicado ao Capitão Frederick Courtney Selous. É composto por um nicho de granito que abriga o busto do Capitão, uma paisagem com leões em relevo na parte inferior e, nas laterais, as seguintes inscrições -tudo isso em bronze: caçador, explorador e naturalista, nascido em 1851, morto em ação [numa batalha contra tropas alemãs durante a I Grande Guerra] em Beho-Beho [atual Tanzânia], África oriental alemã em 4.1.1917.
As palavras “caçador” e “explorador” atiçaram a minha memória e a minha imaginação. Selous, caçador e explorador...! Havia algo lúdico e romanesco, que remetia a grandes aventuras em terras distantes... Nunca ouvira falar do Capitão antes, mas aquela imagem imponente -traje militar de campo com mangas arregaçadas, chapéu de abas largas colocado descuidadamente sobre a cabeça e um rifle entre os braços- , acolhida de maneira tão perfeita pelo ambiente do museu (cujo acervo é, praticamente, um inventário do Império Britânico, ou, ao menos, boa parte dele), lembrava estórias de Indiana Jones e Allan Quartermain de maneira irresistível. Aliás, conforme Wikipedia, foram as aventuras do Capitão Selous que inspiraram Sir Henry Rider Haggard a criar o personagem  Allan Quartermain. Fiquei empolgado e fui pesquisar.
A Encyclopedia Britannica diz o seguinte: ...caçador e explorador cujas viagens pela África Central e do Sul aumentaram substancialmente o conhecimento do país mais tarde conhecido como Rhodesia. Em 1871-1872, Selous viajou da Cidade do Cabo para Matabeleland onde recebeu permissão para caçar livremente. Por 18 anos, Selous explorou e percorreu o país entre o Transvaal da África do Sul e a bacia do rio Congo, coletou espécimes para museus de história natural e fez valiosas investigações etnológicas. Em 1890, ingressou no serviço da BritishSouth Africa Company onde foi decisivo para colocar o distrito fronteiriço de Manicaland (província do Zimbabwe) sob o controle britânico. Selous resumiu suas viagens em "Twenty Years in Zambesia", Geographic Journal (vol. 1, 1893). Ele também publicou um relato da guerra de Matabele, Sunshine and Storm in Rhodesia (1896), e African Nature, Notes and Reminiscences (1908).