A dor que se confessa
não é a dor que se sente.
É como o amor que se expressa,
não suficiente.
A precariedade da palavra,
agonia de quem professa
o sentimento, desagrava.
Quer apreensível e eternal
o que não pode ser,
o que é fugaz e temporal.
Apenas a empatia do poeta,
alquimia do verso,
talvez alcance esta borboleta
em algum jardim profundo e disperso.