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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Poemas. Poeminha do Nada


                                Meus olhos têm telescópios

espiando a rua:

minha alma espiando

longe de mim mil metros.

Hipnotizada diante de um fundo azul,

céu e mar,

minha alma não faz sentir nada.

As melhor equipadas,

estas sim!

estas flanam por aí,

reportam cheiros, sentem dores,

e brincam como crianças.

Fazem promessas, se divertem com cores

e lembranças.

Revelam horizontes!

Minha alma, olhos telescópios

espiando longe de mim mil metros

encantada com a linha azul que delimita

céu e mar,

não revela nada.


"Poeminha do nada" nasceu  inspirado em dois outros poemas, estes sim, Poemas de Verdade: "Poema" de João Cabral de Melo Neto (trecho destacado em courier) e "O Tejo é Mais Belo Que o Rio Que Corre Pela Minha Aldeia" de Fernando Pessoa.