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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A Classe Média no Brasil II. O Sufoco

Eu me considero classe média. É uma consideração um pouco subjetiva e que envolve algumas controvérsias, eu sei, mas em termos de renda, estilo de vida, nível educacional, papel e pretensões socioeconômicas, confere.
Os “classe média” são mantidos à distância pela “elite”, de quem sempre esperam o reconhecimento, e são invejados pelos mais pobres dos quais sentem-se orgulhosamente distantes; se consideram formadores opinião (e têm massa crítica para isso), mas como lembra Jessé Souza, são manipulados frequentemente através da sua necessidade de reconhecimento e do próprio sentimento de superioridade.
Não nos sentimos particularmente incluídos na maioria das políticas econômicas e sociais dos governos, mas ajudamos a suportar uma carga tributária cujo maior ônus é a sua forte regressividade. Formamos a base de um mercado de bens e serviços mais aprimorados e com maior valor agregado (frequentamos teatros, fazemos viagens internacionais, compramos imóveis de alto padrão e contratamos decoradores para mobília-los, compramos livros e revistas, frequentamos restaurantes caros, gastamos muito dinheiro com cursos de pós-graduação...), mas vemos nossa principal fonte de renda ser dilapidada pelas despesas com saúde e educação e por uma política tributária que sobrecarrega os rendimentos do trabalho e alivia os ganhos de capital (gráfico 1 e tabela 4 do link)
Além de tudo, vivemos com medo. 

CONTINUA