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domingo, 14 de abril de 2024

Relatos de Viagem IV. Berlim, Alexanderplatz

Altes Museum
Acho que qualquer passeio por Berlim deveria começar na Alexanderplatz, centro comercial do que era conhecido como “Berlim Oriental” até 1989. A área é um verdadeiro museu arquitetônico a céu aberto, abrigando desde o medieval até o contemporâneo. 

Arredores da Alexanderplatz
No entorno, também aparecem alguns exemplares arquitetônicos que vão do grandioso estilo “bolo de noiva” (o Frankfurter Tor na Karl Marx Allee é o melhor exemplo), inspirado na arquitetura soviética da era Stalin, até o despojado “funcionalismo", traço marcante do projeto de reconstrução conduzido pela velha DDR na década de 1950, também com forte influência da arquitetura soviética da época.

Ainda no "lado oriental", o bairro de Prenzlauerberg oferece um agradável contraponto: é uma área residencial bem arborizada com várias praças, cafés e restaurantes charmosos. Restaurado conforme a arquitetura original de meados do século XIX, o local tem uma atmosfera bastante familiar, apesar de fazer parte da cena cultural e noturna da cidade atualmente. 

Sony Center
No antigo "lado ocidental", vemos uma das poucas amostras que ainda restam da “monumental” arquitetura nazista, o histórico Flughafen Tempelhof, em Kreuzberg, que, apesar de desativado, ainda exibe muita imponência. Neste lado, sobretudo nas regiões de maior atividade empresarial e comercial, a reconstrução parece ter-se dado num estilo mais sofisticado -que me é mais familiar- com maior quantidade de vidro e aço. O bairro de Charlonteburg é bem representativo. 

Trecho do rio Spree nos arredores 
do Parlamento
Outro elemento interessante da paisagem é o rio Spree com seus canais que recortam a cidade. Por trás do Parlamento, o rio aparece de forma inusitada serpenteando entre os prédios: lembra uma avenida sinuosa com margens guarnecidas por amplas calçadas. 

Parque às margens do rio Spree 
(Landwehr Canal)
Os parques, muito procurados nos dias de sol, parecem ter um aspecto mais natural do que em Paris e Londres, há menos jardins e o verde do mato e dos gramados toma conta da paisagem. Lembram um pouco o Parque da Redenção aqui em POA. 

 
Eu e um pedaço do Muro
na Potsdamer Platz
Sobre o Muro, Die Mauer, pode-se dizer que, ao longo dos últimos vinte anos, ele foi desmistificado, desmontado e apropriado aos pedaços pelo aparato urbano: virou cenário para fotos na Potsdamer Platz, galeria de arte na East Side Gallery, superfície para grafiteiros em Prenzlauerberg, souvenir para turistas no Checkpoint Charlie, peça de museu no Story of Berlin e, sabe-se lá, o que mais.

Berlim, primavera de 2009.